Hora de dar o remédio......e agora?!
Na hora que temos que medicar nossos pequenos...lá vem bomba! E a gritaria começa: Não quero! Não gosto! Não tomo!!!
Mães desesperadas, pais sem paciência e avós tentando de tudo. E mesmo assim, nossos pequenos governantes é que comandam a cena. E então, ai de nós!
Uma dose de firmeza aliada a alguns truques simples podem ser a nossa receita para vencermos esta guerra.
Em primeiro lugar, os pais devem estar conscientes de que o remédio deve ser administrado. Sem esta comunhão e certeza, sem esta confiança no médico prescritor, o tratamento já é falho desde o início. Devem ter consciência de que a criança precisa tomar o remédio, e que essa necessidade é bem maior do que a vontade do nosso pequeno. Já ouvi vários discursos inacreditáveis no consultório tipo: “ Dra, meu filho não toma remédio, não adianta, tudo o que a Sra. passar ele vai vomitar, só se der na mamadeira...e com ele dormindo”. E aí, como faremos?! A verdade é que os pais estão sempre vulneráveis às vontades dos filhos, e as crianças sentem a insegurança, a divergência de posturas na família, e se aproveitam desta situação para fazerem seu desejo prevalecer.
As estratégias iniciais devem ser bem estabelecidas. De início lhes peço que toda a família precisa assumir a mesma postura e o mesmo discurso. Isto serve para tudo. Faz com que a criança se sinta em um ambiente seguro e saiba sempre o que esperar dos adultos que a rodeiam. Deste modo, a primeira providência que devem tomar é deixar bem claro a ela que ele deve tomar o remédio quer queira ou não. Esta atitude, com firmeza, tranquilidade, sem alarde e sem violência é claro, será o primeiro ponto ganho nesta batalha.
Depois que você demarca as fronteiras em uma guerra, aí começa com as negociações.
Você pode começar por tentar explicar a saúde e a doença em palavras simples, e que no corpo há os guerreiros do mal da doença tentando invadir, e que os guerreiros do bem do remedinho poderão ajudar a que a doença seja derrotada.
O método de recompensa pode ser uma “ faca de dois gumes” pois a criança passará a cobrar por cada dose ingerida. Deste modo a criatividade pode ser posta em prática. Um painel com adesivos coloridos por exemplo que seriam colados a cada dose, ou formando um belo desenho para que se coloque no quarto da criança, ou que ao final da quantidade certa de adesivos a criança aí sim possa receber um prêmio de coragem.
Outras tentativas mais práticas é tentar diluir a medicação em veículos de sabor agradável e aceitos pela criança. Sucos adocicados são ótimos, mas cuidado para não diluir em grande quantidade, pois se a criança não beber todo o conteúdo do líquido irá tomar uma dose menor do que a recomendada pelo pediatra.
O uso da seringa e da colher dosadora são auxiliares na administração do medicamento. A seringa deve ser direcionada para a bochecha, no sentido dos últimos dentes. Assim haverá menos sensibilidade ao sabor do remédio e irá evitar que a criança cuspa ou se engasgue. Além dos sucos os medicamentos podem ser camuflados com caldas, groselha, geleias, mel, sorvete, iogurte, coberturas para bolo e sorvetes ou sopa (Que não esteja quente). Alguns comprimidos poderão ser esmagados e misturados com geleias ou mel. Estar sempre atento se a criança não pode ingerir açúcar ou corantes e recomendo que sempre peça orientação ao seu pediatra se o medicamento prescrito pode ser diluído.
De todo modo, diplomacia e boa vontade serão essenciais. Devemos lembrar que se a hora do remédio se transformar num stress, ele se perpetuará a cada vez que tenhamos que medicar os pequenos. Tenha sempre em mente o lema: Dose de remédio, dose de paciência.
Dra Geórgia Fonseca – CRM 5248545-8