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Foto do escritorGeórgia Fonseca

Dor do crescimento existe?




Dor do crescimento são dores em ambas as pernas das crianças, em geral em panturrilhas e coxas e que ocorrem habitualmente no final do dia ou à noite podendo acordar a criança pela dor. Apesar de preocupantes, estas dores não são associadas a doenças e possuem características benignas.

Apesar do nome de “dor do crescimento”, não existe nenhuma associação entre esta dor nas pernas com o crescimento. Recebeu este nome porque quando foi descrita pela primeira vez, o autor acreditava que possuía esta relação. Na verdade, até o momento, não sabemos quais as verdadeiras causas desta dor. Várias hipóteses foram levantadas, mas nenhuma delas foi confirmada. Sabemos que ocorrem na infância, habitualmente limitada até os 12 a 14 anos, e que podem persistir mesmo após a fase de crescimento. E, principalmente, é benigno, o que quer dizer que não é causado por nenhuma doença grave e não levará a nenhuma sequela grave.

Estas dores são caracterizadas por iniciarem entre 3 a 12 anos de vida, habitualmente alguém na família (pai, mãe, tios, etc) também já sofriam das mesmas dores. Elas ocorrem em episódios, isto é, nem todas as noites e podem variar de pequenas sensações de peso até dores intensas. Estas dores não possuem uma localização definida, assim, frequentemente, a criança não consegue apontar o local da dor e somente queixa-se de “dor na perna”. Alguns trabalhos sugerem que estas dores são mais frequentes em dias de maior atividade da criança, dias frios e que podem exacerbar por fatores psicológicos.

O diagnóstico é clínico, isto é, ao examinar o paciente. Não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem que irá definir as dores de crescimento. Na verdade, esta é uma das características da dor do crescimento onde não se encontra nenhuma alteração física ou laboratorial.

Estas dores aliviam ao realizar “massagens” nestas pernas e, algumas vezes, com analgésicos comuns como paracetamol. O mais importante é que não se observam alterações nas pernas e na manhã seguinte não existem mais dores e não atrapalham as atividades diárias destas crianças. Apesar de evolução benigna e não ter sinais de doenças, os pais devem estar cientes que esta dor é real, isto é, não é “psicológica” e que a criança precisa de assistência.

Mas, os pais devem ficar atentos em algumas características que podem sugerir que exista alguma doença mais grave. Os sinais de gravidade são:

1- A dor persiste no dia seguinte e atrapalha as atividades diárias da criança;

2- Febre;

3- Vermelhidão ou inchaço nas pernas ou articulações;

4- Dores nas articulações (joelhos, tornozelos);

5- Associado a algum trauma.

6- Perda de peso ou “mal estar”.

Nestas situações, os pais devem levar suas crianças ao pediatra. Na verdade, a consulta ao pediatra deve ocorrer mesmo se os pais tiverem dúvidas se está tudo bem.

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