E vocĂȘ? O que te falta?
- Dra GeĂłrgia Fonseca
- 25 de ago. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de jun. de 2024

Uma vez uma amiga me disse que em alemĂŁo a palavra "sentir" tambĂ©m significa" faltar" ( fehlt). E depois que soube disso adquiri um hĂĄbito curioso. Mas este hĂĄbito trouxe sua carga de tristezas e amarguras, por ter me revelado realidades que antes eu ignorava, e a ignorĂąncia Ă© o conforto dos inocentes. PorĂ©m o fato Ă© que, ao descobrir a singularidade do sentido destas palavras, quando um doente se me apresenta e eu interrogo : "_ O que vocĂȘ sente?", lĂĄ no fundo meu coração e meu olhar perscruta o indivĂduo ou o familiar e indaga : " _ O que te falta?".
Confesso que isso me trouxe uma bagagem de compreensão mas também uma carga de dores. Porque vejo que, o que as pessoas declaram como "sintoma" não é realmente o que eu vejo o que lhes "falta".
Fico entĂŁo, pensando nos caminhos que a Medicina tem tomado. Ela tem subido aos pĂncaros onipotentes de um cientificismo extraordinĂĄrio e ainda nĂŁo conseguiu dar um pequeno passo em direção Ă alma humana e de separar a FORMA do CONTEĂDO. E vemos no mundo todas as ciĂȘncias possuĂrem as suas filosofias, mas a medicina nĂŁo tem nenhuma. A medicina nĂŁo tem mais alma.
O sintoma é um companheiro para nos ajudar a descobrirmos o que nos "falta". E o aprendizado e a conscientização que advém da doença em nós ou em um ente querido nos darå a oportunidade de compreender " o que nos falta". O sintoma é um sinal transmissor de informação. Ele nos informa que nos estå faltando alguma coisa, mas ele não é a doença em si mesma. A "cura real" só acontece quando incorporarmos o que nos falta!
A Medicina atual Ă© tĂŁo espantosamente competente no Ăąmbito material e tĂŁo falha na Ășnica esfera em que a cura Ă© realmente possĂvel!
E vocĂȘ? O que te falta?
Dra GeĂłrgia Fonseca
